Aconteceu durante a reintegração de posse de um prédio abandonado no centro de São Paulo.
O local servia de abrigo a dezenas de miseráveis que não tem sequer onde encostar a cabeça e não estão, obviamente, na lista de prioridades de um governo mui preocupado com a construção de estádios de futebol com o dinheiro público.
Isto, em uma cidade onde os estádios que já existem nem resvalam a ocupação de um terço de sua capacidade.
Naturalmente, o proprietário do prédio está no seu pleno direito de pedir a retomada de seu imóvel, que aliais, foi invadido porque estava mal tratado, abandonado e à disposição da propagação de pragas urbanas. Ou seja, bem poderia se alvo de célere ação da prefeitura no sentido de multar e disciplinar o proprietário por descaso e prejuízo aos moradores das imediações.
São Paulo, com o orçamento que tem deveria propor medidas humanitárias para os moradores de rua, dando oportunidade de acesso a crédito subsidiado, mutirões ou vagas em abrigo, conforme o caso.
As soluções existem, basta vontade política para dar prioridade ao assunto e alguma criatividade.
Lamentavelmente, parte significativa da nossa classe política prioriza as atividades que lhes garantam os holofotes, preferindo empregar a sua criatividade na criação de golpes perpetrados contra o erário.
Já a Polícia Militar, ao invés de oferecer diálogo e, mesmo, auxílio na mudanças das famílias, preferiu partir para a truculência, já chegando maliciosamente, de madrugada para impor a ordem.
Eu pergunto, não poderia o Governo, mandar assistentes sociais ao local, propor uma mudança para um local intermediário, dar tempo para as famílias encontrarem abrigo de outra forma?
Muito ao contrário, negou-se a dialogar com os moradores e com o advogado da União dos Movimentos de Moradia, Benedito Barbosa, que foi ao local tentar auxílio às famílias presentes. Pouco podendo fazer em benefício das famílias, o advogado tentou oferecer aos desabrigados um sacola com pão em meio ao impasse que se instalou no local. Resultado: Tomou porrada dos PMs de São Paulo e foi preso.
Benedito Barbosa que há 15 anos integra a Central dos Movimentos Populares (CMP) e desde 1980 milita na causa da moradia digna e popular em São Paulo declarou a repórter Aline Scarso:
"Eu disse para os policiais que aguardassem a resolução da Prefeitura porque daí as famílias teriam algo de mais concreto e sairiam do prédio. Por volta de umas 8h30, algumas pessoas disseram que as famílias que estavam dentro do prédio estavam com fome. Foi quando pensamos em comprar pão até porque tinha muitas crianças dentro do prédio. [...] Só que a polícia interveio, não deixou levar o pão às pessoas e disse que elas deveriam descer do prédio. Mas elas queriam comer, não queriam descer. Daí eu que estava com a sacola de pão na mão, joguei o pão na janela e as pessoas pegaram. E lógico, comemoraram porque estavam com fome. Só que aí a polícia usou a força excessiva contra mim e mandou me prender."
As prioridadades de Jesus e as prioridades dos políticos evangélicos
Nunca soube de nenhum político evangélico paulistano de olho neste assunto ou em qualquer outro de matéria social.
Político evangélico só serve para nos envergonhar com escândalos de corrupção e projetos irrelevantes para o Reino, onde afinal deveríamos fazer a diferença, remar na contramão, dar o exemplo...
Será que deputado evangélico só serve mesmo para propor homenagens a outros caciques evangélicos, criar dia para marcha para Jesus, transformar Jesus em patrimônio imaterial do país e outras bizarrices sem sentido? Tem ai um político evangélico disposto a lutar pelas prioridades dos miseráveis?
E você o Malafaia? Porque invés de fazer cruzada para Genésio e bancar show para quem já é crente, não pega está grana é forma uma turma para evangelizar miseráveis e ajuda-los a construir suas casas? Se você trocar as suas prioridades pelas de Jesus, garanto que saio do seu pé.
Genizah
Dica do Lucas Gonzaga
Nenhum comentário :