Pará tem segundo maior saldo comercial do Brasil

Pairando acima da crise que mantém cambaleantes algumas das principais economias do planeta, o Estado do Pará empreendeu um forte ritmo de atividade em 2011 e fechou o ano com o segundo maior saldo comercial do Brasil, registrando variação positiva acima da média nacional. Com mais de US$ 18 bilhões referentes à exportação e o valor recorde de US$ 1,334 bilhão das importações, o Estado voltou a registrar um excepcional superávit, dando mais uma vez decisiva contribuição para o orçamento cambial do país.
Os dados consolidados do comércio exterior paraense, produzidos pelo Centro Internacional de Negócios (CIN) e ontem distribuídos à imprensa, mostram que o Pará fechou o exercício de 2011 com saldo de US$ 16,992 bilhões, valor 45% maior que o do ano anterior. O Estado gerador do maior saldo comercial do país continua sendo Minas Gerais, que registrou no ano passado um superávit de US$ 28,366 bilhões. Os dois Estados têm, em comum, o fato de serem os maiores produtores e exportadores brasileiros de minérios.

De acordo com os números levantados pelo CIN, centro de negócios vinculado à Federação das Indústrias do Pará (Fiepa), a variação do valor exportado pelo Pará em 2011, comparativamente ao ano anterior, foi de 42,86%. Esse número projeta o Pará à quinta posição no ranking dos maiores exportadores entre os Estados brasileiros. Acima dele, estão apenas, pela ordem, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

Um dado curioso, quando se analisa o comportamento dos Estados da Região Norte, no tocante ao comércio exterior, resulta da comparação do Pará e Amazonas. Na lista dos exportadores, o Pará aparece em quinto lugar e o Amazonas numa modesta 17ª colocação. Quando se toma como referência as importações, a situação se inverte. O Pará, que vende muito e compra pouco, cai para a 16ª colocação. Já o Amazonas, que tem suas compras externas turbinadas pela Zona Franca de Manaus, sobe para o 7º lugar. Em 2011, seu déficit comercial atingiu a casa de US$ 11,8 bilhões.

Os dados da balança comercial do ano passado confirmam também o setor mineral como o carro-chefe da economia do Pará, com um grau até excessivo de concentração. Em 2011, a cadeia mineral respondeu por 90,02% do valor relativo às vendas externas do Estado, somando US$ 16,505 bilhões num total de US$ 18,336 bilhões. O minério de ferro bruto foi o produto que mais contribuiu para o crescimento das exportações. A variação nas vendas do minério para o mercado internacional superou os 70%, registrando um valor de US$ 11,770 bilhões

A China foi o país que mais consumiu o produto mineral paraense. Do total exportado em 2011, US$ 5,802 bilhões foram absorvidos pelo mercado chinês. Além dos produtos minerais, a pimenta-do-reino, o dendê e a carne bovina tiveram bons resultados. A madeira, apesar de uma modesta (2,17%) variação positiva, fechou o ano com vendas externas de US$ 400 milhões.

Segundo o gerente do CIN, Raul Tavares, o Pará deve buscar a diversificação de sua pauta e o fortalecimento do comércio com outros parceiros, através de missões e encontros internacionais. “O objetivo dessa política é reduzir a taxa de vulnerabilidade da economia paraense”, explicou.

EM NÚMEROS

18 bilhão de dólares foram os ganhos registrados pelo Pará com as exportações em 2011.

16,9 bilhão de dólares foi o saldo com que o Estado fechou o ano, valor 45% maior do que o obtido em 2010. (Diário do Pará)

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