Horror durou quatro horas...
Quase quatro horas. Foi esse o tempo levou o abuso sexual cometido por 12 homens contra uma adolescente de 13 anos, dentro de uma casa em construção no município de Barcarena, próximo de Belém. O episódio foi registrado no último dia 23 deste mês. Segundo a Polícia Civil, dez dos acusados eram menores de idade e estudam com a vítima na escola municipal Aloísio Costa Chaves. Os adultos são ex-estudantes do mesmo colégio. Eles teriam gravado um vídeo com as cenas de sexo e violência em um aparelho de celular. Na tarde desta sexta-feira (26), a polícia conseguiu localizar todos os envolvidos.
De acordo com o delegado Marcos Mileo, da delegacia do município, a princípio, a adolescente escondeu o fato até da família. Somente ontem pela manhã, já cansada de receber ameaças dos acusados, a garota contou a mãe que fora estuprada, mas ainda assim, escondeu a identidade dos colegas. 'Na primeira ocorrência realizada, a vítima alegou que quatro homens encapuzados teriam cometido o abuso, mas depois de uma longa conversa, ela contou a verdade e disse que os próprios 'amigos' eram os responsáveis pela agressão', explicou o delegado.
As Polícias Civil e Militar, em parceria com a promotora de Justiça Ana Maria Magalhães, iniciaram diligências para localizar os acusados. Os dois adultos e os adolescentes de 17 e até, 14 anos, foram localizados e detidos, levados à Delegacia de Polícia Civil, onde foram interrogados sobre o caso.
Todos foram indiciados no inquérito aberto pela polícia para investigar o crime. Os adultos vão responder pelo crime de estupro e os adolescentes pelo ato infracional, também de estupro. O delegado Mileo aguarda o resultado de vários exames que a vítima foi submetida, como conjunção carnal, contágio venéreo, e de gravidez, para seguir com a apuração do caso. Ele deverá solicitar a prisão preventiva dos adultos e a internação dos adolescentes. Na delegacia, os acusados admitiram a autoria do fato, mas alegam que a vítima foi conivente com o ato sexual.
A garota deverá receber acompanhamento psicológico e foi encaminhada ao programa Pró-Paz Integrado, centro de referência em atendimento à violência sexual praticada contra crianças e adolescentes, que funciona na Santa Casa de Misericórdia, em Belém.
A polícia apreendeu com os acusados dois aparelhos de celular. Perguntados sobre o tal vídeo gravado, os adolescentes afirmam que 'apagaram', que ele não existe mais. Entretanto, a polícia suspeita que ele tenha sido repassado para outros dispositivos.
O caso - Por volta das 14h30, ao voltar do colégio, a vítima encontrou dois dos adolescentes, seus colegas de classe, que teriam a convidado para ir até uma casa que estava em construção, com o pretexto de que, chegando lá, eles mostrariam uma coisa para a ela.
Na residência, outros dois jovens aguardavam a chegada da garota. O abuso iniciou apenas com quatro dos acusados, depois os outros foram chegando. O ato seguiu até a 18 horas, segundo os relatos da vítima e dos acusados.
Segundo a promotora Ana Magalhães, os acusados eram colegas de longa data da adolescente. 'Ela já os conhecia há quase sete anos, ou seja, tinham uma base de confiança'. A garota também teria sofrido bullying dos colegas, quando reapareceu para as aulas na escola. 'No colégio, contou que os adolescentes falavam que ela teria que fazer isso sempre para eles, ofendiam com as piores designações possíveis', afirmou a promotora, que se diz consternada com o caso. 'O pior é que tem gente achando que a culpa é da menina', ressaltou.
Ainda segundo a promotora, várias outras histórias parecidas com a garota de 13 anos começaram a chegar a seus ouvidos. 'Estão surgindo outras histórias que as famílias teriam escondido'. A promotora ainda completa afirmando que a familiar da adolescente também deve receber acompanhamento psicológico. 'Eles estão revoltados, com vergonha, consternados. Eu falei para eles que quem tem que ter vergonha são os familiares dos acusados, não eles, a garota foi vítima', concluiu.
Fonte: ORM
www.acaiazedo.blogspot.com
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