Campanha para Doação de Médula


Às vésperas do transplante de medula óssea, o estudante de Ribeirão Pires Lucas Guizzardi, 10 anos, ganhou dois nomes de peso na torcida por sua vida. Os jogadores do Santos Futebol Clube Paulo Henrique Ganso e Neymar, literalmente, vestiram a camisa da campanha, em um emocionante encontro entre o menino e seus ídolos, no sábado (18) pela manhã.


A convite do Diário, Lucas visitou o Centro de Treinamento do Santos, na Baixada Santista, para assistir ao treino da equipe, que disputa na quarta-feira a final da Copa Libertadores da América.

Lucas tem leucemia linfoide aguda desde os 5 anos. Só o transplante pode salvá-lo, mas a chance de achar um doador é de uma a cada 100 mil. Lucas conseguiu o seu há uma semana, e agora aguarda a data do procedimento.

O dia mais feliz de sua vida, como ele mesmo definiu, começou cedo: às 7h30, ele, a mãe Rosimar, 36, e a irmã Rosiane, 15, embarcaram rumo a Santos. Lucas se preparou para o grande momento: vestiu camisa, short, meião e chuteira do Santos. "Se o Ganso e o Neymar me derem um pouquinho do sangue deles, posso jogar bola igual", sonhou.

No CT, Lucas grudou na grade que separa o campo da área dos convidados. Seus olhos ficaram atentos a cada jogada de seu ídolo, Ganso, que se recupera de lesão no joelho. Será que o jogador aguenta disputar a final, Lucas? "Ele está meio machucado, mas consegue", cravou o menino, sem tirar os olhos do campo.

O treino chegou ao fim e também a espera. Com o goleiro mirim Bernardo Aquino, 10, filho do goleiro reserva Aranha, Lucas entrou no gramado. Antes de conversar com os jogadores, bateu bola e fez um gol. A mãe se emocionou. "Ele está muito feliz."

Presentes
Lucas levou com ele duas camisas da campanha de cadastro de doadores de medula. Ganso e Neymar foram os presenteados. "O carinho dele é uma honra para mim. Agora você vai ficar mais forte para enfrentar o transplante, né Lucas?", perguntou Ganso. O menino fez que sim com a cabeça.

Nesse momento, Bernardo entregou para Lucas as luvas usadas por Aranha-pai no treino. O menino não largou mais o presente. "Meu coração está disparado. Esse momento vai ficar para sempre na memória do Lucas e ajudá-lo a enfrentar o transplante", disse Rosimar.

A irmã de Lucas, que é corintiana, resolveu torcer para o Santos na final de quarta-feira. "Agora que conheço o time é mais legal", garantiu.

Neymar ainda levou Lucas ao vestiário, onde vários jogadores autografaram a camisa do menino.
Na volta para casa, por volta das 13h, bateu o cansaço e Lucas tirou uma soneca durante a subida da serra. No sonho, tinha uma nova medula e um futuro brilhante como jogador.


Prima de goleiro também fez transplante
O goleiro reserva do Santos, Aranha, conhece bem o momento vivido pela família de Lucas Guizzardi. Uma prima do jogador também teve de fazer o transplante quando era criança, por causa de leucemia. "Hoje ela está muito bem, é casada e tem filhos", garantiu Aranha.

Ele lembrou ainda que o apoio dos familiares é essencial em momentos como esse. "Sorte é uma coisa estranha para se desejar. Ele precisa de muito amor e fé", afirmou o goleiro.

A família de Aranha sensibilizou-se pela causa do menino. A mulher Juliana Aquino perguntou para Lucas o que ele estava precisando. "Um notebook", disse ele, de bate-pronto.

O computador com internet será a única companhia de Lucas durante a internação pós-transplante, que deve durar pelo menos dois meses. Juliana não hesitou: "Vou mandar um para você", prometeu.

Ela e Aranha têm três filhos. "Não tem como não ficar tocada pela história de luta e superação do Lucas. É muito bonito de se ver. De coração, desejo que dê tudo certo para ele", disse.

Lucas também fez amizade com dois dos filhos de Juliana, os gêmeos Vitória e Bernardo Aquino. "Criança se entende. Eles sabem como é ter um ídolo e gostam de compartilhar esse momento", comentou Juliana.

Espera
O dia foi de festa para a família, mas Rosimar Guizzardi, 36, mãe de Lucas, agora volta a ficar de ouvido no telefone. Ela espera o contato da equipe do Hospital das Clínicas, onde deverá ser realizado o transplante, para agendar a data do procedimento. A previsão é de que ocorra em até um mês. "Tem que ser logo, pois é agora que o Lucas está bem de saúde. A médica diz que isso pode aumentar as chances dele", afirmou a mãe de Lucas.

Agora ele só quer saber de uma coisa: continuar bem para ser jogador de futebol. "Gostei muito de conhecer o Santos. Um dia quero jogar aqui e ver a torcida." Mas antes a torcida é pela vida.


Como é Feito?

Após a confirmação da compatibilidade entre o doador e receptor e  confirmada a decisão sobre a doação , o resultado é encaminhado ao centro transplantador , e é lançada a possível data do transplante. Confirmada a data, o centro que coletará a medula do doador desencadeará a realização dos exames clínicos, laboratoriais e de imagens do doador, ou seja, a realização do work up do doador.

O potencial doador deve ser avaliado com exame físico e testes laboratorias, a fim de garantir a segurança do receptor, evitando transmissão de doenças, bem como a segurança do próprio doador.

Essa avaliação deve considerar idade, sexo, doenças crônicas, avaliação das funções hepáticas e renal, tipagem ABO e HLA, sorologias, vacinações recentes, teste de gravidez, radiografia de tórax, eletrocardiograma e avaliação psiquiátrica.

Existem duas formas de doar as células progenitoras ou células-mãe da medula óssea. Uma relacionada à coleta das células diretamente de dentro da medula óssea (nos ossos da bacia)  e a outra por filtração de células-mãe que passam pelas veias (aférese).

1) A coleta direta da medula óssea é realizada com agulha especial e seringa na região da bacia . Retira-se uma quantidade de medula (tutano do osso) equivalente à uma bolsa de sangue. Para que o doador não sinta dor, é realizada anestesia e o procedimento dura em média 60 minutos. A sensação do doador é de média intensidade e permanece em média por uma semana (2 a 14 dias), semelhante a uma queda  ou uma injeção oleosa. Não fica cicatriz, apenas a marca de 3 a 5 furos de agulhas. É importante destacar que não é uma cirurgia, ou seja, não há corte, nem pontos. O doador fica em observação por um dia e pode retornar para sua casa no dia seguinte.

2) A coleta pela veia é realizada pela máquina de aférese. O doador recebe um medicamento por 5 dias que estimula a multiplicação das células- mãe. Essas células migram da medula para as veias e são filtradas. O processo de filtração dura em média 4 horas, até que se obtenha o número adequado de células. O efeito colateral mais frequente deste procedimento é devido ao uso do medicamento ,que em alguns doadores pode dar  dor no corpo, como uma gripe.
 
É necessária a avaliação pela enfermagem do acesso venoso periférico do doador.

Os riscos para o doador são praticamente inexistentes. Até hoje não há nenhum relato de nenhum acidente grave devido a esse procedimento. No caso da punção diretamente dos ossos da bacia, os doadores de medula óssea costumam relatar um pouco de dor no local da punção.

O médico vai informar sobre qual a melhor forma de coleta de células. Dependendo da doença e da fase em que se encontra, o paciente pode se beneficiar mais com uma forma de doação.

O transplante só será realizado quando o paciente estiver pronto para recebê-lo, esta resolução cabe ao médico que está acompanhando o paciente.

O doador por possuir uma medula sadia e bom estado de saúde, reconstituirá o que doou rapidamente e poderá voltar às atividades normais. Em casos especiais e raros, como compatibilidade com outra pessoa, o doador poderá doar novamente a medula óssea.

Fonte: UOL Saúde / AMEO - Associação da Médula Óssea
www.acaiazedo.blogspot.com

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1 comentários :

  1. oi! eu sou doadora de sangue e de médula mais nunca emcontraram alguem compatível a mim gostaria muito de ser escolhida e poder ajudar o proximo.bjos neide

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