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Em Belo HorizonteUm caso raro da medicina mobiliza equipes médicas da Santa Casa de Belo Horizonte (MG). Estão internadas no CTI (Centro de Tratamento Intensivo) infantil da unidade as gêmeas siamesas que nasceram no último dia 9 de junho, em Timóteo (216 km da capital). As meninas são unidas pela região do abdômen.
Segundo o Hospital e Maternidade Vital Brazil São Camilo, estima-se que a probabilidade de ocorrência do caso é de apenas um em cada 40 mil nascidos. O caso das meninas é denominado "omphalópagus", quando se dividem partes do intestino e do fígado.
O pai das meninas, o pintor Renato Bragança, 23, disse que foi informado em Belo Horizonte, depois de um eletrocardiograma feito pelas filhas, sobre o coração também estar unificado, mas a Santa Casa não confirma a informação.
As meninas passaram por uma avaliação nesta terça-feira (14) e, segundo o boletim médico do hospital, “as gêmeas conjugadas são portadoras de uma cardiopatia congênita complexa”.
As recém-nascidas apresentam quadro estável, recebem oxigênio por catéter nasal, respiram espontaneamente e a dieta é feita por sonda. Ainda de acordo com o boletim, assinado pela médica Ana Adalgisa de Oliveira Borges, as meninas estão com as funções fisiológicas preservadas.
De acordo com a maternidade Vital Brazil São Camilo, a mãe das crianças, uma adolescente de 17 anos, não sabia que estava esperando siamesas. As meninas nasceram às 23h da última quinta-feira pelas mãos do obstetra Guerino de Marta.
“A paciente chegou ao hospital sem os exames básicos de pré-natal e sem ter realizado ultrassonografia. Fizemos o exame de toque ginecológico e verificamos que a criança estava em posição sentada, o que nos levou a fazer à cesariana para apenas um bebê”, disse o obstetra.
Em nota, a Secretaria de Saúde de Coronel Fabriciano informou que "a gestante, moradora do bairro Padre Rocha, era atendida pelo São Domingos durante o pré-natal. O ultrassom foi solicitado pela equipe responsável, mas a paciente não seguiu os encaminhamentos para a realização do exame". De acordo com a secretaria, todos os detalhes dos procedimentos realizados pelo posto de saúde, bem como as faltas da paciente às consultas marcadas, podem ser comprovados por meio do prontuário dela.
Os pais da menina voltaram para Coronel Fabriciano, cidade onde moram, depois da internação das gêmeas no hospital em Belo Horizonte.
“Estamos abalados, mas não tem como ficar em Belo Horizonte. Lá não achamos casa de apoio e não podemos arcar com os gastos. Nós não temos dinheiro nem para comprar passagem para capital”, afirmou o pintor.
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